
Leia trecho:
ames Brown sempre soube reconhecer o verdadeiro valor do Natal. Nos dias próximos às festividades de fim de ano, ele criara a tradição de organizar entregas anuais de brinquedos para as crianças carentes na cidade de Augusta, Geórgia, sendo que seu vasto catálogo de gravações de black music incluía álbuns especiais de Natal e lançamentos de muitos singles temáticos como “Let’s Make Christmas Mean Something This Year”, “Santa Claus Goes Straight To The Ghetto” e “Let’s Unite The Whole World At Christmas”. É por essa razão que parece haver algo de inevitável e significativo a respeito da morte triste do aparentemente inesgotável, insuperável e indestrutível James Brown no dia de Natal no ano de 2006.
Não que ele estivesse se preparando para morrer. Longe disso, já que a agenda do “Homem Que Mais Trabalhava no Mundo Artístico” estava, na verdade, completamente lotada até o verão seguinte, e já havia gravado parte de um novo álbum. No entanto, o corpo físico que havia alcançado todos os seus limites sobre os palcos de todo o mundo nas décadas de 1950, 1960 e 1970 e que, em décadas posteriores, fora assolado por uma grande ingestão de drogas, enquanto buscava anestesiar a dor física e fugir de seus demônios, tinha outras ideias e, por fim, encerrou seu tempo depois de se estabelecer em uma das carreiras musicais mais marcantes dos anos do pós-guerra.
Na realidade, a primeira frase da introdução da primeira edição deste livro, publicada em 1996, observou que poucos artistas surtiram um efeito tão profundo no decorrer da história da música afro-americana desde a Segunda Guerra Mundial quando comparados a Brown. Sua influência fora, na verdade, muito mais ampla em função dos ritmos da música funk que ele criou na década de 1960, e que foram usados e adaptados pelo rock dos brancos e produções da música popular que se espalharam pelos continentes europeu e africano, assim como partes da Ásia. Ele se tornara o James Universal, como dizia o nome de um de seus últimos álbuns não tão essenciais em sua carreira, Universal James.
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